quarta-feira, 21 de março de 2012

Feim

Os homens olham pra mim na rua. Eu olho para os feios. Os bonitos eu viro a cara na hora. Porque a vida é boa pra eles. E eles não merecem minha curiosidade. Eu estive lá. O mundo tem que ter estado lá. Como eu sou idiota. Os feios, eu olho, só não sorrio porque não quero que se aproximem, mas eu olho que é pra deixar o dia melhor, pra deixar a barriga tão gelada que parece que é quente mesmo.


Dito isso, comecei a ter uma ideia fixa demente, por enquanto apenas dividida com amigo igualmente dodói. Quanto mais a pessoa é feia, mais me visualizo dando um beijo nela. Explico: o flanelinha é feio. Cara torta, dentes idem, roupa, corpo, jeito, tudo, feio. Pra sociedade, pra mim, feio. Enquanto ele conversa comigo, eu penso: E se eu o beijasse agora? Assim, do nada, levaria meu corpo a frente e beijaria.
Isso tem acontecido muito, o homem que vem entregar água ou o primo de uma amiga, meu vizinho, um estranho, enfim, é só ser feio, que eu penso nesse E SE muito demente. Perdão, Lucas, VOCÊ COMO LIBERTÁRIO, LIBERTINO E AMOROSO HÁ DE ME PERDOAR NESSA.
Isso já me rendeu uma gargalhada assustadora, pra mim e para o interlocutor, que graças ao corpo humano, não entendeu nada.

(Dos maiores medos, depois de ser abduzida ou ratos, é leitura de pensamento. Se eu mesma não me controlo, imagina ser invadida sem ter noção ou controle, socorro. E se descobrem que sou tarada?)

Comentei com amigo com quem divido as maiores palas da vida, ele passou bem de rir e disse que também estava nessa fase, mas mais sexual do que eu, pois pensava isso com qualquer um. Eu, com os feios.

Ainda não tratei disso na Edna, ou só passei por alto.
É bem óbvio que há um desejo de me vingar dos homens bonitos que me chamavam de feia, coisa e tal, concluímos juntos. Mas fosse só isso, seria pouco. Porque eu acordo e durmo ao lado de um homem bonito pra dedéu. E isso vale a vida, compensou qualquer sacana dos meus 16 anos. Pois.

O que eu desejo é que as pessoas tenham fantasias. A realização delas é um objetivo, claro. Mas ter fantasias é delicioso. Não sou fissurada ou ambiciosa no talo pra querer que TUDO que eu DESEJO se concretize. Ter fantasias é ter amigos. É ter pra onde ir quando o cenário real é chato. Não que os feinhos não tenham, claro que já têm, todos têm (maravilha!), mas é só um incentivo, só uma firmeza de olhar dentro do olho quando a maioria desvia.
Eu ofereço meu olho e isso é bom. Eu sou boa. Ziña.



então

fiquei com vergonha do último post, me achei infantil, mas aí sabendo que estou envelhecendo, achei bom ter me achado infantil. por isso não apaguei, mas tive vontade. contar não é da minha natureza, o fiz por sequela pós bahia. e não fui além na contagem orgásmica, onde gozar não é contável. "eu gozei uma vez" ou "eu gozei treze vezes", isso é tão irreal e distante da sensação, tenho certeza que não estão acompanhando, assim como hoje tentaram me explicar uma coisa bem louca sobre ser daltônico ou dizer que o "meu azul não é o seu azul", disse que tinha entendido na hora, mas voltei pra casa pensando "não entendi aquilo".
tenho tido conversas boas com os camaradas. muita coisa eu perco. mas tudo bem também.
concluí que eu não tenho uma relação de amor padrão. e que essa coisa de o sexo piora depois de 2 anos, me dá vontade de rir e gozar uma vez. treze vezes. pelo joelho. pelo suvaco. pela cara toda.

domingo, 18 de março de 2012

0

15 dias na bahia, 2 músicas feitas, 3 livros lidos, 300 fotos batidas, 3 idéias anotadas (para uma música, uma fantasia de carnaval e uma performance), 2 jantares de lagosta, 1 dia de aluguel de quadriciclo, 1 dia de aluguel de stand up paddle.
números, números, números, números.
orgamos são incontáveis.