quinta-feira, 30 de maio de 2013

ei

dizem que num lugar muito distante
daquele que a gente se encontra agora
há uma pessoa ansiosa
pra nos contar uma grande história

sábado, 11 de maio de 2013

enquanto o caminhão do lixo passa

os elementos das pessoas também dizem muito para a gente, não só para elas.
tenho relações verdadeiramente elementais com as pessoas.
se é terra, endureço pois também sou. os de água me deixam molinha e passeativa. os de ar eu dou uma viajada, prô bem e prô mal. os de fogo, meus não favoritos, mas sim, grandes amigos, meu irmão bernardo, por exemplo; mas os de fogo me queimam mesmo, talvez por isso não sejam meus prediletos. me machucam, mas ainda bem que me machucam pois aprendo um bocado nesse momento.
ontem uma pessoa que não gosto me abraçou, por mais que eu seja protegida (pelos animais - lembrar de contar essa história aqui), pelo meu pai, pelo espiritismo, pela astrologia, pelo meu travesseiro, mas mesmo assim, mesmo assim. uma mulher que não gosto, e nenhum amigo gosta, me abraçou ontem. elementos confusos os dela. saco elementos na hora, mas ela confusa. ela invertida. ela contrária.
estou negando uma parte do meu mapa astral, ou então estou sublimando lindamente. jamais serei gênio. no máximo herói. canina. coringa.


segunda-feira, 6 de maio de 2013

ETERNA NO HIDROGÊNIO-OXIGÊNIO

Eu escrevo no zine Ornitorrinco e saiu essa matéria bacanosa (só clicar na palavra Ornitorrinco). Daí eu escrevi um texto novo para o site do bicho:



sonho com água desde sempre. é o excesso de terra no meu mapa. alguma coisa do além me deixa molhadinha. gosto de água suor, gosto da água lágrima, xixi também me emociona, se for depois de uma fila de horrores num bar de terrores, então. acordo e bebo água. acordo no meio da noite para beber água. com formiga ou sem formiga. muita água junta me emociona. seja lago, poça ou oceano. 

tem tempo isso, uma noite voyage voyage avec um grande amigo. contemplávamos o mar quando de repente o estalo da gravidade nos assombrou: a terra não vaza. não vaza. tá tudo aqui nessa bola gigantesca. que a gente não cai, eu já tinha dado a pala. mas que a água não vaza era inédito. que delírio, que besteira.

outro dia vi um astronauta mostrando em vídeo (não, no meu sonho, UHL) como ele fazia para tomar banho. muitas aspas nesse banho. ele soltava água de um compartimento, soltava mesmo, ela estava presa, e ele a libertava. cobria as bolas que agora flutuavam no céu feito um balé macabro do bem com um paninho e depois chegou bem perto da câmera e torceu o paninho molhado. e aí, meu bem, meu mal, virou matrix para mim. virou magia. virou cinema. virou amor. só vendo. tô até agora meio lesada, meio queixo caído, meio excitada, meio emocionada com a água no paninho, a água entrelaçada nos dedos do astronauta. eu não sabia se chorava ou se fugia pro mar com daryl hannah em SPLASH - uma sereia em minha vida.

não fiz nada, fiquei parada. mas sonhei. claro. sonhei que eu tinha uma banheira. não preciso de análise, perdão, mundo. só preciso de água.