terça-feira, 26 de abril de 2011

soube outro dia que

na minha família todo mundo sempre recebeu.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

sonham comigo

há 1 ano, quase 3 vezes por semana, pessoas conhecidas ou não, me dizem que sonharam comigo. acho curioso. freud invertido.
o último preciso publicar, quase morri de tanto rir.


(...) Foi um background para o que eu queria de fato contar. Eu tive um sonho bizarro com você, não sei como. Eu nem sequer existia no sonho, foi como um filme e senti vontade de te contar. No meu sonho, você vivia uma relação a três que funcionava bem, tinha o oficial (protagonizado pelo seu real namorado) e o postiço - que tinha uma aparência e jeito de gay. Os dois te amavam muito, você amava ambos e tudo era lindo. Você ficou grávida e resolveu não fazer teste para ver quem era o pai, iam criar o filho juntos. O baby nasceu e vocês conviviam muito bem até que um acidente matou você na hora e eles viraram zumbis com uma criança pra sustentar e educar. Eles começaram a viver como se os dois fossem um casal e criavam a criança juntos, sempre lembrando de você com o maior carinho do mundo.

Bom, esse foi meu sonho! Só quis contar porque... né? Bizarro! (...)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

abissália

texto #2 para o ornitorrinco


inventei de pensar melodicamente. já não cabia em papel. tralálálá. arranjei um homem que também inventou de fazer isso. juntos, tivemos crias musicais fortes. mas eu não vou falar sobre isso, o inícil é sempre difício.
outro dia fomos ao ecad arrecadar mixariazinha que ganhamos por alguns shows que fizemos por essas cidades de MEL DELS. o vendaval ocorreu numa loja de camping-mergulho, coisas de pirata e outros ítens bizolos que mal pude identificar. compramos máscara de mergulho com canudo, o snorkel. experimentamos em pleno centro da cidade, rimos da cara um do outro e programamos viagem para o caribe dos menos afortunados, arraial do cabo.
eu sempre fui no fundo, mas eu sou terra, com ascendente em terra e lua em terra. pé no chão me dá alegria e raiz e caule eu deliro com cheiro. quando criança, cheguei a brincar com óculos de natação. mas era por perto. apesar do leve medo, existe GRANDE FASCÍNIO ALOPRADO por tudo que é marítimo. abissal. ter acabado de ler moby dick no dia do meu aniversário em frente ao mar do leme também coroou essa relação de paixão & frenesi.
o mais curioso é que chegamos numa praia com pessoas, famílias, baldinhos, crianças, pastel de camarão, peruanas vendendo brincos, entramos na água e em menos de um segundo, estávamos na lua. acústica do mar, falta de direção, o que é norte, o que é sul? isso aqui é debaixo d'água, isso aqui é o céu.
como boa medrosa queria ficar perto do lucas, o coral me hipnotizava, mas a possível correnteza (do meu cérebro) me deixava com o pé-de-pato atrás. a areia é outra, aliás, quanta areia nesse mundo, se a terra é quase 80% de água, é quanto de areia? vimos dois baiacus filhotes, sei porque sou assídua com programas desse estilo, um fugiu e o outro semi me encarou. os peixes são lindos e apetitosos. não entendo de alma coletiva, só sei que flutuei um bocado, até soltei a mão do homem, porque me senti aceita. os ouriços aterrorizam, mas ei, aqui embaixo eu não sinto dor de cabeça, a máscara aperta que é pra eu conseguir viver direitinho. a boca arreganhada, a respiração pontuando o passeio. os peixes são tão diferentes, são a gente. a cor, o rabo, o olho, o zigue-zague.
quando levantamos, estávamos longe, no fundo. o mapa astral treme, mas é regado. a criança na prancha, o aipim frito chegando, o casal ouvindo funk. eu não posso nem acreditar que eles ainda existiam, pra mim agora era tudo peixe. de noite, no quarto, com a mesma sensação montanha-russa, sonhei que mergulhava, outra moldura. fabuloso mistério em não ter guelras.

sábado, 9 de abril de 2011

vácuo

impossível não manjar suvaco. pra mim, uma espécie de alma da pessoa. meu irmão bernardo concorda. ninguém pode prender o cabelo na nossa frente, desculpa, vamos olhar. cinzas, raspados, lisinhos, cabelos longos, branquelos, enroladinhos, pentelhos cortados, tufões. cicatrizes, suores, escuridão, claridade, a gente vê tudo. a gente precisa olhar. quase uma virilha exposta na parte superior de um corpo. como não manjar? demorei um tempo pra entregar o suvaco apenas para o bel prazer de sua existência. demorei, mas viciei. pedaço da minh'alma, de fato, ali. do homem amado, então, deliro. entro. meu cheiro depois de um show. meu cheiro depois de um vôo. mesmo cheiro de quinto encontro. amo suvaco e sofro com o excesso de photoshop que me mostra que tanto a thaís arujo quanto a suzana vieira tem o mesmo suvaco. queria dar uma festa onde todos os amigos ficariam deitados com os braços pra cima e um amigo poderia se aproximar, examinar, ver bem de perto. eu pago o vinho. lembro de uma menina que durante muito tempo tive relação fofa, eu sempre gostei de criança, mesmo quando eu era uma. eu tinha 13 [estou inventando]e ela tinha 3, 4. eu apontava para o corpo e dizia que-parte-é-essa-? ela respondia conforme o corpo. nariz, boca, perna, umbigo. apontei para o suvaco. ela disse "ESFIHA”. morri de rir e quando a devolvi para a mãe, comentei. mãe replicou fina: "ah, ela deve ter tentado falar AXILA, letícia. eu não ensino minha filha a falar suvaco". pena. acho lacuna.