quarta-feira, 30 de novembro de 2011
troncha
deu tudo certo, mané retorno de saturno o quê, brasil, correu tudo bem. mentira. se você pergunta isso pro lucas, ele diz: CAÔ. pra ele não, porque daí o mergulho é profundo, garganta, corte, tudo profundo. teve essa noite da iluminação, que eu disse olhando na cara dele, chorando, porque estava emocionada, comovida de pensar aquilo, eu disse:"eu estou muito feliz com os lugares que eu tenho chegado na minha cabeça". ele ficou muito feliz e disse que queria ser um neurônio meu só pra saber melhor whatthefuck. essa noite de iluminação, que eu saí, vi de fora, voltei, sosseguei o facho, o cerebelo, os demônios sempre preparados nos ouvidos, sossegay, queria escrever melhor, claro. sempre. óbvio. até porque foi um lance muito forte, minha cabeça chegou num lugar que ainda nunca. mas passar é difícil. eu tô fazendo só pra ter 67 anos e reler e pensar: "lembra dessa noite, caslu?" ele talvez diga não, mas eu vou ter chegado n'outro lugar. e não vou me importar.
domingo, 20 de novembro de 2011
Saturnina
Tenho 9 anos e está na moda ter caderno de perguntas. Com sorte, o Rodrigo Barbosa vai responder, e eu vou saber um pouco mais sobre ele. Na minha rua quase não passa carros, as pessoas brincam de tudo. Vôlei, taco, bonecas e os mais adolescentes (eu tinha HORROR à tal palavra) ficam só de papo na calçada.
A primeira pessoa a responder meu caderno de perguntas foi minha vó Marphisa. Ler hoje em dia é quase morrer de rir. Ela já era senhora e respondia senhoramente.
Estava na moda responder caderno de perguntas, as pessoas se sentiam importantes. Sendo assim, meu caderno caiu nas graças dos adolescentes da rua. Esses não me zoavam, fui muito feliz na rua. No colégio é que a coisa foi mais complicada.
Quando o caderno foi devolvido, fui ler curiosa. Nomes que eu até então só sabia quem eram de longe.
Eu tinha 9 anos, um pouco de audácia, mas eu tinha 9 anos. Pense.
Uma das perguntas era: "Um país bonito? Um planeta?"
A primeira era sempre respondida. "França, Itália, Brasil" ganhavam, creio eu. Já pra segunda, fui bem ridicularizada:
"Só conheço a Terra, querida, e você?" ou "COMO ASSIM PLANETA BONITO, TÁ LOUCAAAA?"
A última pergunta do caderno era: "Faça uma pergunta pra mim"
Uns foram fofos, outros atacaram: "Qual planeta você vive?" ou "Quando for pra outro planeta, me chame, tá?" De 22 pra baixo.
Não cheguei a ficar ofendida, porque eu realmente era muito distraída na infância, foi o colégio que me deixou vez ou outra com idéia fixa e mania persecutória. Minha essência é distraída. Portanto não me ofendi, mas fiquei com pena deles, que só conheciam um planeta.
Obrigada, mamãe.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Just in case
Se liga> sonhei que colocava música no microscópio. Calma, antes eu estava numa praia de água transparente, meu brit-sobrinho comigo. Eu dizia: "Passa a mão na estrela do mar, Rafi", ele respondia "Não, tia!", doido. Aí depois é que eu colocava música, não sei como, perdão, no microscópio, rolavam mil colcheias, sabe colcheia? Era meio como o céu negritude de lugares afastados, só estrelas, umas nebulosas e puro preto bonitão. DEVE SIGNIFICAR MEU ESTREITAMENTO COM A MÚSICA, TÔ VENDO MELHOR, MAIS DE PERTINHO. Ou não. É uma pena que o "ou não" já é tão do Caetano. Saco. Hoje ouvi "quereres" e chorei. Mandei pro Lucas. É de viés.
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