quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

bebês caindo

jamais gostei das videocassetadas. nem mesmo quando foi novidade. senti pena e dor. dor física. sou humanista. abraço. sou vidro, não sou espelho. seja mais espelho, letícia, meu pai disse uma vez, mas sou vidro. tola, tonta, fraca. não gosto de ver gente caindo. não rio. tudo tenho pena.



quando um bebê ou uma criança pequena quase cai, eu sinto um gelado no cu, ou na bunda, ou na espinha inteira. (é engraçado me ver como peixe, e pensar que um dia algum gigante vai comer minhas carnes e me deixar na espinha). o bebê é tão mole e corajoso e anda como se andasse há anos, mas coitado, esbarra em tudo e as pernas fracotas não obedecem, e por um triz, por um raspão, o bebê não cai dentro da piscina ou bate a cabeça na quina. dizem que é normal. mas toda hora eu sinto um gelo no cu. uma paralisia mesmo. talvez não possa ter filhos.




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