sábado, 9 de abril de 2011

vácuo

impossível não manjar suvaco. pra mim, uma espécie de alma da pessoa. meu irmão bernardo concorda. ninguém pode prender o cabelo na nossa frente, desculpa, vamos olhar. cinzas, raspados, lisinhos, cabelos longos, branquelos, enroladinhos, pentelhos cortados, tufões. cicatrizes, suores, escuridão, claridade, a gente vê tudo. a gente precisa olhar. quase uma virilha exposta na parte superior de um corpo. como não manjar? demorei um tempo pra entregar o suvaco apenas para o bel prazer de sua existência. demorei, mas viciei. pedaço da minh'alma, de fato, ali. do homem amado, então, deliro. entro. meu cheiro depois de um show. meu cheiro depois de um vôo. mesmo cheiro de quinto encontro. amo suvaco e sofro com o excesso de photoshop que me mostra que tanto a thaís arujo quanto a suzana vieira tem o mesmo suvaco. queria dar uma festa onde todos os amigos ficariam deitados com os braços pra cima e um amigo poderia se aproximar, examinar, ver bem de perto. eu pago o vinho. lembro de uma menina que durante muito tempo tive relação fofa, eu sempre gostei de criança, mesmo quando eu era uma. eu tinha 13 [estou inventando]e ela tinha 3, 4. eu apontava para o corpo e dizia que-parte-é-essa-? ela respondia conforme o corpo. nariz, boca, perna, umbigo. apontei para o suvaco. ela disse "ESFIHA”. morri de rir e quando a devolvi para a mãe, comentei. mãe replicou fina: "ah, ela deve ter tentado falar AXILA, letícia. eu não ensino minha filha a falar suvaco". pena. acho lacuna.

5 comentários:

  1. hauhauhahuahahaha. dar uma cafungada é muito bom, né? adoro o do meu namorado. é uma parte do corpo, eu sempre reparo. tonemaí.

    SHOW!

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  2. também sou apaixonada por suvaco.

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  3. (Letícia! Te achei de novo finalmente!)

    Passei anos sem conseguir falar "suvaco". Quase um ano e meio de terapia nas costas e ainda assim vou culpar minha genitora, que me ensinou a falar "periquita", "pirulito" e "debaixo do braço". Debaixo-do-braço! Daí, aos 23 anos, namorei um cara locão, que não tinha qualquer filtro que separasse os pensamentos da fala. E ele fala "subaqueira". Minto. "Subaquêra". Jogava handball, tirava a camiseta, levantava o braço bem debaixo do meu nariz e berrava "Sente o poder da subaquêêêêêêêra". Já tava no inferno, abracei o diabo. E o suvaco!

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  4. Comentário dèja vu para um texto lido pela segunda vez: Aqui em Goiânia existe uma casa chamada Suvaco do Brasil. Pensa que delícia é dançar dentro de um suvaquinho, quente escuro e encostadinho.

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  5. Tenho uma relação análoga com pés masculinos.

    Confesso que sou mais seletiva com os suvaquinhos... ;)

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