quarta-feira, 1 de agosto de 2012

opa

olá, meu nome letícia e eu estou há 10 dias sem reclamar.

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poesia não tem sogra
tampouco mãe e pai
por isso que eu viro a poesia de 4
e meto bem fundo nela

VAGABUNDA GOSTOSA

quarta-feira, 25 de julho de 2012

bicho do mato

quando o assunto para na carne
é porque tem carne no assunto

tem tempo isso
essa carne

mas foi só outro dia que virou assunto

segunda-feira, 9 de julho de 2012

minha caroça




não tenho cílios pra tanto donzelismos
tampouco a curvatura da maldade na sobrancelha
tenho a cara boa
embora haja muito faro
pra pouco queixo
tenho a cara boa
só não me enganam
porque tenho a cabeça ruim


sexta-feira, 6 de julho de 2012

rarara

chamo lucas de caslu, mas antes dessa onda do "verlan" (ai que chic, você deve pensar, mas é que sou filha de professora de francês, então aprendi assim) eu sempre gostei de ver os nomes ao contrário. conhecia alguém e batata! já pensava como era ao contrário. tudo isso pra dizer que ontem meu irmão e eu lembramos de um amigo dele que chamava AGNUS.  

segunda-feira, 2 de julho de 2012

sobre Z


prefiro falar e escrever MEZZO do que "meio" porque sinto saudade da letra Z na nossa vida. não vejo muita zebra, tampouco zepelins e meu ouvido é bem tranquilo, de modo que não rola ZUNIDO. mas cadê essa letra gostoZa, derradeira, misteriosa e principalmente tesuda no nosso dia-a-dia? embora seja a onomatopeia do sono, o que questiono pois nunca ouvi alguém dormir em ZZZZZ, tal letra me deixa muito animada. não há, não rola. o que rola muito é H, quase sempre desnecessário e dando rasteira em geral, porque é um tal de "A cinco anos eu não ando de avião". tudo bem que você entende, todo mundo entende, mas é sabido que falta. mas falta porque, afinal?
com 6 ou 7, estava numa festa de adultos, só tinha uma criança, ficamos brincando de quadro-negro, não especificamos os cargos professora e aluna, a mágica era poder tocar no giz e num quadro negro. acabo de adorar escrever giz e hummm. GiZZZZZZ. uma hora chega uma tia-avó dessa menina, olha pra mim e lança o desafio: "você sabe escrever helicóptero?" claro que não sabia, mas claro que eu não peidei. e claro que eu errei. ainda não tinha entendido o mistério da letra H. 
a letra Z também me fascinava pela mentira do som aprendido e a realidade carioca. meu pai chama LUIZ. mas no colégio eu entendi que era pra fazer /luizê/ e em casa era só /luisch/, confuso. só quando começa, o Z é o Z. zebra, zigoto, zarabatana, zangado. no final vira o sotaque da cidade onde você se encontra. luz, sagaz, feroz. 


ando mezzo animada com minha literatura, para-além do exercício, tô sentindo o caule tomar corpo, nossa, como eu pude ser tão raiz tanto tempo. raízê.
se as maçãs não surgirem, tampouco as flores, eu sempre fui mais de planta mesmo. mesmo. 

sábado, 30 de junho de 2012

glub

saudade de ritual. estou tentando alguns. a solidão é boa para os rituais. quando com amigos conectados, flui bem também. estou fascinada por peixes. descobri que é meu descendente na astrologia. eu que só pensava no ascendente, ignorava por completo o descendente. é peixes. são peixes. abissais, eu deliro. namorado, eu como. espada, eu luto. é minha mãe. aquela mulher maluca e linda que me emprestou a barriga quando eu precisei. que gran loucura. que gratidão. diz minha mãe que quando a gente era criança e ela ia nos buscar no colégio, geralmente eu estava numa acirrada partida de queimado pois sabia que ela ia se atrasar (ela também dava aula, só que em outro colégio), e diz dona sônia que ela entrava numas da telepatia. juntava os dedos polegar, indicador e dedo médio (das duas mãos), e pensava: "a letícia vai olhar pra mim agora". diz ela que eu olhava na hora. que nunca falhou. isso é peixes. isso é lindo. saudade de ritual.
a  letícia vai olhar pra mim agora.

sábado, 23 de junho de 2012

olé

romance é coisa bonita mas não basta. eu nem sabia que eu já sabia disso. ele trouxe essa informação aos poucos, pra não assustar, mas era como se eu já soubesse. só o amor não basta. é bem por aí mesmo. no dia dos namorados, ARRAM, mandam muitas entrevistinhas pra gente responder. que lugar vocês sugerem? qual o melhor presente? eu respondo porque confesso que já embarquei um pouco na demência criada em volta de tudo isso. mas eu queria dizer que meu primeiro dia dos namorados com lucas, foi bem louco. estávamos apaixonadíssimos, ultrahipermegasuper escpeculativos um com o outro. alucinados com aquela história acontecendo. e já achávamos bem podre essa coisa de "dia dos namorados". ele tinha um show na barra. lá fui eu, beber whisky de graça. saímos de lá, adocicados, e inclusive foi minha primeira inserção no mundo lisérgico dentro da cidade. eu era toda situacionista das portas abrirem, mas sempre na natureza, sempre. mas como tudo era novo, e queríamos ir contra essa fofourice do dia dos namorados, e lembrem-se que ainda assim, éramos fofos. mas fomos ser fofos, completamente alucinados, no érotika. um puteiro que tinha em copacabana. eu já tinha ido à vila mimosa com uns amigos há muito tempo. bebi, cantei em karaokê, mas era suave, porque a putaria acontecia num lugar escondido. depois fui num aniversário de 3 amigos em outro puteiro. teve strip tease, ok. mas tinham mais amigos do que homens estranhos querendo putas. esse dia realmente era um puteiro. foi bem intenso. as mulheres dançavam, se aproximavam com espuma de sabão no corpo, a gente tirava, ria, tirava, ria, tirava, bebia. depois veio uma drag queen, ou diz transformista? eu tô atrasada nessas nomenclaturas, perdão, não quero magoar ninguém. mas essa hora foi demais, porque eu quis mandar todo mundo que tenta e faz stand up comedy, inclusive eu, se fuder. porque a gente brinca de fazer piada. essa gente faz mesmo. aliás, são as pioneiras. acho que surgiu com elas. em puteiros. papo de muitos anos atrás. as mulheres deviam ter que trocar a roupa, ou ajeitar alguma coisa, daí elas entravam, homens com roupas de mulher, falando coisas hilariantes. gênias, dominadoras, controlam tudo. nunca vai dar merda perto de um ser humano assim. a não ser que você tenha uma arma e muita covardia no coração, claro. aí sempre vai dar merda. depois do puteiro, ainda fomos num bar trash de copa, o bar onde supostamente ele disse que queria ser meu namorado, isso meses antes. ou seja, ainda houve tempo para fofura. alucinada fofura. mas sim.
o amor é maravilhoso, mas é também estranho, sujo e puto. ainda assim, fofo. não tentem dividir, não tentem categorizar. dias que isso, dias que aquilo. maior caldeirada incalculável.
cada vez mais vou me afastar do quê acham. 

domingo, 17 de junho de 2012

ó,ó

escrevi um texto pra revista de domingo do globo. saiu no domingo passado.
eu já tinha falado sobre o assunto, porque é um dos meus favoritos, mas desenvolvi melhor.
rolou toda uma polêmica, mas a maioria elogiou, riu e diz que refletiu sobre.
eu prefiro escrever SUVACO, mas o "correto" é sovaco.
e o título da matéria foi dado por eles.


pois:





segunda-feira, 4 de junho de 2012

!oY


meu último texto para o ornitorrinco. se você ainda não assina, tá dando mole: 




RECOMPENSA


finge que hoje é terça
e que eu sou seu herói
e que minha caligrafia é tarada
e que todo pau de jacaré 
é uma jóia