terça-feira, 17 de abril de 2012

país baixo

essa imagem que tem aqui no blog eu achei um google da vida. num fffffound do universo. essas coisas. cheguei a perguntar pr'uma amiga que mora na alemanha se era alemão esse trem. era não, disse. era holandês, ela pediu ajuda pr'outra amiga, mas se perdeu. aí que agora lembrei dessa ferramenta demente que é o google translator. estava no salão e li numa revista que custa 1 real (!) sobre a história de uma doméstica da periferia de são paulo que casou com um alemão. a matéria na capa era "como um alemão me salvou da favela". veja bem, não tinha a palavra amor ou coisa do gênero. dizia que no início se comunicavam por email traduzindo tudo no google translator. claro, claro.
daí que fui traduzir as palavras da menina invocada com o arame farpado, e os corações de galinha que voam e vão embora.
quando digitei as duas primeiras palavras, já apareceu em português: "coração de atum".
putz, que foda, que coisa mais tuna-fish-in-the-kitchen-with-me.
mas o louco é que conforme fui escrevendo tudo, o "atum" desapareceu, talvez fosse literal, num contexto ele some, mas acabou que a frase ficou sentido porque uma das palavras não foi traduzida.

que vocês acham?

meu coração que é demais para o meu peito quebra sex in Homt sua agulha

sábado, 7 de abril de 2012

quarta-feira, 21 de março de 2012

Feim

Os homens olham pra mim na rua. Eu olho para os feios. Os bonitos eu viro a cara na hora. Porque a vida é boa pra eles. E eles não merecem minha curiosidade. Eu estive lá. O mundo tem que ter estado lá. Como eu sou idiota. Os feios, eu olho, só não sorrio porque não quero que se aproximem, mas eu olho que é pra deixar o dia melhor, pra deixar a barriga tão gelada que parece que é quente mesmo.


Dito isso, comecei a ter uma ideia fixa demente, por enquanto apenas dividida com amigo igualmente dodói. Quanto mais a pessoa é feia, mais me visualizo dando um beijo nela. Explico: o flanelinha é feio. Cara torta, dentes idem, roupa, corpo, jeito, tudo, feio. Pra sociedade, pra mim, feio. Enquanto ele conversa comigo, eu penso: E se eu o beijasse agora? Assim, do nada, levaria meu corpo a frente e beijaria.
Isso tem acontecido muito, o homem que vem entregar água ou o primo de uma amiga, meu vizinho, um estranho, enfim, é só ser feio, que eu penso nesse E SE muito demente. Perdão, Lucas, VOCÊ COMO LIBERTÁRIO, LIBERTINO E AMOROSO HÁ DE ME PERDOAR NESSA.
Isso já me rendeu uma gargalhada assustadora, pra mim e para o interlocutor, que graças ao corpo humano, não entendeu nada.

(Dos maiores medos, depois de ser abduzida ou ratos, é leitura de pensamento. Se eu mesma não me controlo, imagina ser invadida sem ter noção ou controle, socorro. E se descobrem que sou tarada?)

Comentei com amigo com quem divido as maiores palas da vida, ele passou bem de rir e disse que também estava nessa fase, mas mais sexual do que eu, pois pensava isso com qualquer um. Eu, com os feios.

Ainda não tratei disso na Edna, ou só passei por alto.
É bem óbvio que há um desejo de me vingar dos homens bonitos que me chamavam de feia, coisa e tal, concluímos juntos. Mas fosse só isso, seria pouco. Porque eu acordo e durmo ao lado de um homem bonito pra dedéu. E isso vale a vida, compensou qualquer sacana dos meus 16 anos. Pois.

O que eu desejo é que as pessoas tenham fantasias. A realização delas é um objetivo, claro. Mas ter fantasias é delicioso. Não sou fissurada ou ambiciosa no talo pra querer que TUDO que eu DESEJO se concretize. Ter fantasias é ter amigos. É ter pra onde ir quando o cenário real é chato. Não que os feinhos não tenham, claro que já têm, todos têm (maravilha!), mas é só um incentivo, só uma firmeza de olhar dentro do olho quando a maioria desvia.
Eu ofereço meu olho e isso é bom. Eu sou boa. Ziña.



então

fiquei com vergonha do último post, me achei infantil, mas aí sabendo que estou envelhecendo, achei bom ter me achado infantil. por isso não apaguei, mas tive vontade. contar não é da minha natureza, o fiz por sequela pós bahia. e não fui além na contagem orgásmica, onde gozar não é contável. "eu gozei uma vez" ou "eu gozei treze vezes", isso é tão irreal e distante da sensação, tenho certeza que não estão acompanhando, assim como hoje tentaram me explicar uma coisa bem louca sobre ser daltônico ou dizer que o "meu azul não é o seu azul", disse que tinha entendido na hora, mas voltei pra casa pensando "não entendi aquilo".
tenho tido conversas boas com os camaradas. muita coisa eu perco. mas tudo bem também.
concluí que eu não tenho uma relação de amor padrão. e que essa coisa de o sexo piora depois de 2 anos, me dá vontade de rir e gozar uma vez. treze vezes. pelo joelho. pelo suvaco. pela cara toda.

domingo, 18 de março de 2012

0

15 dias na bahia, 2 músicas feitas, 3 livros lidos, 300 fotos batidas, 3 idéias anotadas (para uma música, uma fantasia de carnaval e uma performance), 2 jantares de lagosta, 1 dia de aluguel de quadriciclo, 1 dia de aluguel de stand up paddle.
números, números, números, números.
orgamos são incontáveis.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

why bother?

deixar os grilos sozinhos.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

meu texto sobre tempo livre pro ornitorrinco

Com 10 anos, na festa de reveillon na casa dos meus pais, tive uma epifania absoluta. Fugi da festa e me tranquei no quarto aos prantos, pensando: "TODO MUNDO VAI MORRER". Ainda não tinha batido essa real. Uma prima apareceu, me confortou um tiquinho, e até consegui entrar na piscina duas da manhã, de vestido branco, achando aquilo uma grande anarquia. Enquanto nadava, já sorrindo e parecendo ter 10 anos de volta, pensava: "TODO MUNDO VAI MORRER".

Isso, pra dizer que no tempo livre que a vida me oferece, que é ele todo, pois mesmo trabalhando ou na fila de um banco, sinto liberdade no ato, penso muito na morte. Não tenho tendência suicida e não faço uso de remédio algum para poder/conseguir sobreviver. Mas sim, penso muito, MUITO na morte. Em como as pessoas que gosto vão morrer, quando, de que maneira, e eu mesma, claro. O elevador demora, eu penso numa morte nele. Um ônibus passa voando, e se ele levasse a senhorinha que anda na calçada? O corpo dela, a vida dela. Visualizo. Eu no carro. Eu dormindo. Dentro do meu cérebro. O telefone tocando. Dessa vez sua vó se foi. Ou foi fulana, minha amiga mais nova? Eu tropeçando, eu descobrindo ser podre por dentro. Avião caindo, pequenos acidentes, só que com o azar de serem mortais. Sempre, sempre. Não me consome. Não sofro com isso. Não dura muito. Minha vida é desregrada de horários. Acaba um show, posso chegar em casa e peidar ou posso ter audácia contra o cansaço e pegar o violão e tentar compor. E isso ainda é tempo livre. Também, também. Mas não há um dia da minha vida que não pense na morte. E soube por amigo querido que sofre do mesmo mal, que os xamãs pensam na própria morte de diferentes maneiras todo dia da vida. E que essa consciência e visualização traz força. O delírio nos sobrepõe, a gente voa, brinca de viver e é claro que amanhã a gente acorda e faz tudo isso de novo. Já estive lá, mas agora quis assumir essa ideia fixa com a morte e sabem as deusas se isso me trará a tal força xamânica ou não.

Fora isso, continuo devorando bertalha com ovo, fazendo mais de 2 shows por semana, entregando à pele protegida ao sol, observando muito meu corpo e do homem que se propõe ficar nu pra mim. Tenho lido bastante, gente louca, gente viva, poesia, devaneio, bastante coisa. Tenho feito muitos planos, sem grande ansiedade, conhecido um pessoal bacana, e não "bacana" dos anos 80, onde isso significava riqueza, meu bacana é de riqueza fonética, labial, gostosura mental, abraço nem tão apertado que incomoda, nem tão frouxo que sugestiona. Tá tudo bem, tudo agitado e calmo, olho do furacão, olho de um bebê que nasceu, e ainda assim, a morte sempre aqui do lado, presença que exclama: OPA.

Eu, devota da vida, abaixo a cabeça cerimoniosamente quando sei que ela está por perto. Medo algum, apenas curiosidade e respeito. E infinitas mil possibilidades. De permanência e de liquidação.

Enquanto isso.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

vox

resumindo muito, sendo péssima nisso, mas fazendo questão do relato: tenho fenda nas cordas vocais. videolaringoscopia acusou e me causou um desconforto mór. depois vi beleza, vendo o dvd da filmagem. a garganta é pura vulva, buceta pura, depiladinha, hahahaha, hilário, brasil. o corpo dentro, tão bonito, tão vivo. vez ou outra penso em me cortar ou me rasgar, zero tendência suicida, é mais pela curiosidade do dentro. mas claro que não. claro que nunca.
daí vou fazer fono, fui hoje até. casal que trabalha junto com isso. bizarríssimo. curioso. o carnaval tem levado minha voz embora. os meninos trocam cordas, eu fico rouca, entregue a um lugar que não é meu. agora vamos torcer pra dar certo. pra tudo ficar nos conformes. e pra eu ter 67 anos ainda com voz boa. dedos cruzados. corpo cruzado.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

3.0

últimos dias da década de 20 pra mim. logo, farei a idade que me dão há 10 anos. então, talvez, tudo ficará certo. o peitinho já foi mais bonito, já foi mais metido, mas lucas continua colocando tudo na boca com muito gosto, mas sendo mulher, sou meio lésbica comigo mesma, me apaixono e desapaixono por mim mesma várias vezes. fases de me encantar com meu colo, fases de morrer ao encarar minha bunda no espelho. oh, scarlet, eu jamais poderia fazer uma foto assim.
sendo a sorridente que sou, a pele em volta dos olhos começa a formar estrelas já. sem falar nas varizes, verdadeiros mapas de rios que passeiam sem dó pelos meus pés, pernas e até mesmo nas faces. sendo grata ao universo, fico feliz com o básico, as duas mãos, a visão, a audição, minha quantidade de eloquência, minha tendência a discrição, mesmo sendo hiperbólica, em tamanho e coração. agradeço lucas, como eu mesma disse num ritual maluco de ano novo feito com pouquíssimos queridos: XERECA AO CÉU. disse isso pra agradecer. todos riram. eu ri também, claro. foi um momento íntimo e engraçado e de agradecimento.
ninguém me perguntou a idade esses dias, talvez sinta saudade de dizer "29", talvez não. não mais do que sinto saudade de só mostrar a mão. a mão inteira.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

troncha

deu tudo certo, mané retorno de saturno o quê, brasil, correu tudo bem. mentira. se você pergunta isso pro lucas, ele diz: CAÔ. pra ele não, porque daí o mergulho é profundo, garganta, corte, tudo profundo. teve essa noite da iluminação, que eu disse olhando na cara dele, chorando, porque estava emocionada, comovida de pensar aquilo, eu disse:"eu estou muito feliz com os lugares que eu tenho chegado na minha cabeça". ele ficou muito feliz e disse que queria ser um neurônio meu só pra saber melhor whatthefuck. essa noite de iluminação, que eu saí, vi de fora, voltei, sosseguei o facho, o cerebelo, os demônios sempre preparados nos ouvidos, sossegay, queria escrever melhor, claro. sempre. óbvio. até porque foi um lance muito forte, minha cabeça chegou num lugar que ainda nunca. mas passar é difícil. eu tô fazendo só pra ter 67 anos e reler e pensar: "lembra dessa noite, caslu?" ele talvez diga não, mas eu vou ter chegado n'outro lugar. e não vou me importar.