terça-feira, 16 de março de 2010

Formas - Adélia Prado

De um único modo se pode dizer a alguém: “não esqueço você”
A corda do violoncelo fica vibrando sozinha sob um arco invisível
e os pecados desaparecem como ratos flagrados.
Meu coração causa pasmo porque bate
e tem sangue nele e vai parar um dia
e vira um tambor patético
se falas no meu ouvido:
“não esqueço você”
Manchas de luz na parede,
uma jarra pequena
com três rosas de plástico.
Tudo no mundo é perfeito
e a morte é amor.

2 comentários:

  1. Tirei uma foto pra vc, mas vc ainda nem viu. Coloquei lá no flickr... Enfim, comprei teu cd e tô no aguardo.

    beijo grande.

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  2. adoro esse poema da Adelia. Me lembra algo de Cortázar, tipo "Clearance Sale".

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