quarta-feira, 30 de novembro de 2011
troncha
domingo, 20 de novembro de 2011
Saturnina
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Just in case
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
cheiro
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Sylvia Plath (dos favoritos)
I know the bottom, she says. I know it with my great tap root;
It is what you fear.
I do not fear it: I have been there.
Is it the sea you hear in me,
Its dissatisfactions?
Or the voice of nothing, that was you madness?
Love is a shadow.
How you lie and cry after it.
Listen: these are its hooves: it has gone off, like a horse.
All night I shall gallup thus, impetuously,
Till your head is a stone, your pillow a little turf,
Echoing, echoing.
Or shall I bring you the sound of poisons?
This is rain now, the big hush.
And this is the fruit of it: tin white, like arsenic.
I have suffered the atrocity of sunsets.
Scorched to the root
My red filaments burn and stand,a hand of wires.
Now I break up in pieces that fly about like clubs.
A wind of such violence
Will tolerate no bystanding: I must shriek.
The moon, also, is merciless: she would drag me
Cruelly, being barren.
Her radience scathes me. Or perhaps I have caught her.
I let her go. I let her go
Diminshed and flat, as after radical surgery.
How your bad dreams possess and endow me.
I am inhabited by a cry.
Nightly it flaps out
Looking, with its hooks, for something to love.
I am terrified by this dark thing
That sleeps in me;
All day I feel its soft, feathery turnings, its malignity.
Clouds pass and disperse.
Are those the faces of love, those pale irretrevables?
Is it for such I agitate my heart?
I am incapable of more knowledge.
What is this, this face
So murderous in its strangle of branches?--
Its snaky acids kiss.
It petrifies the will. These are the isolate, slow faults
That kill, that kill, that kill.
Sei o que há no fundo, ela diz. Conheço com minha própria raiz.
Era o que você temia.
Eu não: já estive lá.
É o mar que você ouve em mim.
Suas frustrações?
Ou a voz do nada, essa é sua loucura?
O amor é uma sombra.
Como você chora e mente por ele.
Ouça: estes são seus cascos: fugiram, como cavalos.
Vou galopar a noite inteira assim, impetuosa,
Até que sua cabeça vire pedra, seu travesseiro vire turfa,
Ecoando, ecoando.
Ou devo te trazer o borbulhar das poções?
Isso agora é chuva, esse silêncio imenso.
E este é seu fruto: branco-metálico, como arsênico.
Sofri a atrocidade dos poentes.
Queimada até as raízes
Meus filamentos ardem e ficam, emaranhados de arames.
Meus estilhaços se espalham em centelhas.
Um vento violento assim
Não suporta obstáculos: preciso gritar.
A lua, também, não tem pena de mim: me engole
Cruel e estéril.
Seus raios me arruínam. Ou quem sabe a peguei.
Eu a deixo ir, ir
Magra e minguante, como depois de uma cirurgia radical.
Seus pesadelos me enfeitam e me possuem.
Dentro de mim mora um grito.
De noite ele sai com suas garras, à caça
De algo pra amar.
Sou aterrorizada por essa coisa negra
Que dorme em mim;
O dia inteiro sinto seu roçar leve e macio, sua maldade.
Nuvens passam e se dispersam.
São estas as faces do amor, pálidas, irrecuperáveis?
Foi pra isso que agitei meu coração?
Sou incapaz de mais compreensão.
E o que é isso agora, essa face
Assassina em seus galhos sufocantes? -
O beijo traiçoeiro da serpente.
Petrifica o desejo. Esses são os erros, solitários e lentos,
Que matam, matam, matam.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
knock knock
sábado, 1 de outubro de 2011
terça-feira, 27 de setembro de 2011
cosme & damião
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
pow pow pow
Our house caught on fire
And i'll never forget the look on my father's face
As he gathered me in his arms
And raced to the burning building out on the pavement
And I stood there shivering
And watched the whole world go up in flames
And when it was all over
I said to myself
" Is that all there is to a fire ? "
Is that all there is?
Is that all there is?
If that's all there is, my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is
And when I was twelve years old
My daddy took me to the circus
The greatest show on earth
And there were clowns
And elephants
Dancing bears,
And a beautiful lady in pink tights flew high above our heads
And as I sat there watching
I had the feeling that something was missing
I don't know what
But when it was all over
I said to myself
" Is that all there is to the circus ? "
Is that all there is?
If that's all there is, my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is
And then I fell in love
With the most wonderful boy in the world
We'd take long walks down by the river
Or just sit for hours gazing into each other's eyes
We were so very much in love
And then one day
He went away
And i thought i'd die
But I didn't
And when I didn't
I said to myself
" Is that all there is to love ? "
Is that all there is?
If that's all there is, my friends, then let's keep
I know what you must be saying to yourselves
If that's the way she feels about it
Then why doesn't she just end it all
Oh no. not me. i'm not ready for the final disappointment
'Cause I know just as well as i'm standing here talking to you
That when that final moment comes
And i'm breathing my last breath
I know what I'll be saying to myself
" Is that all there is ? "
Is that all there is?
If that's all there is, my friends, then let's keep dancing
Let's break out the booze and have a ball
If that's all there is
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
um segundo
terça-feira, 13 de setembro de 2011
susan sontag
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Sobre o poder de uma ópera
A Itália comemorava os 150 anos da unificação nacional, e preparou-se, na Ópera de Roma, uma apresentação especial de Nabucco, de Giuseppe Verdi, consagrada como obra símbolo daquela unificação, sob a regência de Riccardo Muti.
Nabucco de Verdi é a um só tempo obra musical e manifesto político: evoca um episódio da história dos judeus escravizados na Babilônia e inclui a ária famosíssima, “Va pensiero”, que os escravos cantam em coro. Essa belíssima ária converteu-se em hino de todos os povos e homens e mulheres que lutam pela liberdade. Verdi escreveu nos anos 1840, quando a Itália era parte do império dos Habsburgo e lutava pela independência e pela sua unificação. Além de Verdi, Giuseppe Garibaldi e Giuseppe Mazzini estavam, cada qual em sua área, à frente da luta pela unificação.
Antes da ópera, Gianni Alemanno, prefeito de Roma, subiu ao palco e denunciou cortes no orçamento para a cultura. Já foi surpreendente, dado que Alemanno é membro do partido que está no poder e foi ministro de Berlusconi.
Mas sua intervenção, num momento em que o público se preparava para assistir a obra, produziria resultado absolutamente inesperado – tanto mais que Sylvio Berlusconi estava presente.
Em entrevista ao Times, Riccardo Muti conta que viveu uma noite, de fato, revolucionária: “Primeiro, foi uma ovação. Depois, iniciamos a ópera. Tudo ia muito bem, até que chegamos à ária do coro, em “Va Pensiero”. Senti, imediatamente, que o público ficou tenso. Essas coisas não se explicam. Eu senti que a atmosfera mudara, que o público ficou tenso. Primeiro, estavam todos em silêncio. Mas, de repente, enquanto o coro avançava, cantando, foi-se criando, no ar, uma espécie de fervor. Sentia-se a resposta visceral do público à lamentação dos escravos “Oh, minha terra, tão bela e tão perdida...”
Quando o coro aproximava-se do final, já se ouviam os primeiros gritos de “Bis!” E começaram os gritos de “Viva Itália!” e “Viva Verdi!” O pessoal das galerias - os lugares mais altos e mais baratos - começou a jogar papéis picados – uns gritavam “Muti, senador vitalício!”
Embora já o tivesse feito antes, uma única vez, no La Scala, em Milão, em 1986, Muti não parecia decidido a conceder o “bis” de “Va pensiero”. Para ele, ópera é obra de arte no tempo, tem começo, meio e fim, não pode ser interrompida, nem pode recomeçar. “Achei que não faria sentido algum repetir a ária. Só se se criasse algo novo” – conta ele. – “Dar ao coro, um sentido especial”.
Mas o público já estava tomado. Então o maestro voltou ao seu pódium, mas voltado para o público e para Berlusconi. O que aconteceu pode ser visto aqui.
[Ouvem-se gritos de “Viva a Itália”]
O maestro Riccardo Muti diz: Sim, concordo que “Viva a Itália” [aplausos]. Mas... há mais de 30 anos, viajo pelo mundo. Hoje, como italiano, sinto vergonha pelo que acontece em meu país. Por isso, sim, concordo com que se cante outra vez “Va pensiero”. Não por patriotismo, mas porque hoje, enquanto eu regia o coro que cantava “Oh minha terra, tão bela e tão perdida”, ocorreu-me que, se a Itália continuar como vai, acabaremos por matar a cultura sobre cuja história a Itália foi construída. Então, nossa Itália será realmente “bela e perdida”. [Todos aplaudem, inclusive o coro, no palco; os cantores levantam-se para aplaudir.]
Muti: Desde que começou por aqui um “clima italiano”, resolvi calar-me, já há muitos anos. Gostaria que, hoje... Acho que deveríamos dar a esse canto um novo sentido. Afinal, estamos no teatro da capital, é nossa casa. O coro cantou magnificamente, a orquestra esteve perfeita, mas, se vocês concordarem, proponho que todos cantem, que nos unamos nesse canto, que cantemos todos.
Muti convidou o público a cantar, com o coro, o canto dos escravos, de Nabucco, de Verdi!
“Aquela noite, não vimos apenas a uma apresentação de Nabucco, fizemos uma declaração, da Opera de Roma, aos políticos italianos” – disse Muti.
sábado, 3 de setembro de 2011
dentrus - II
dentrus
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Desculpe a choradeira.
Você é incrível e está muito próxima. Deu uma tristeza pelo inesperado.
Os 4 sambas são lindos.
Mais 40.
Te amo, seja qual for o movimento.
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Mental: Confiança absoluta nos empreendimentos. | |
Anímico: proteção contra discórdias e desunião. Faz renascer a confiança. | |
Físico: grande energia interna, preservação nos negócios e na saúde. | |
(–) abatimento, confusão, vulgaridade; dificuldade para se livrar dos obstáculos. Nunca tive muito tato para as relações, embora viva escrevendo sobre isso. Não consigo demonstrar minha ternura, embora a tenha. Não sei que bicho vive dentro de mim que come isso. Verme, talvez. Agora botei uma música bonita pra ver se consigo escrever, visto que já estou com a página aberta há mais de 40 minutos. Lucas, Lucas, Lucas, quantas vezes eu puder escrever seu nome e cada vez que escrever sentir que você foi o grande achado desse ano, e olha que esse ano eu me desdobrei em zil funções, mas as coisas que a gente leva nessa vida não é o fato d'eu ter trabalhado na loja do meu irmão, ganhado uma grana e 3 cáries (ui). O que eu levo é você. É a AC. É o Lipe. Todas as risadas que me concederam após minhas palavras insanas, meus devaneios. Eu levo toda vez que você pegou no violão e cantou. Moço vulcão. Quando eu te vi chorando, era água querendo apagar lava. E eu perguntei onde doía só pra eu poder assoprar. O que acontece é que dá medo. Dos tatos, das especulações. E como eu vejo grandes planos pra gente, o tal do amor atrapalha. Dá tilt na cabeça. E eu não sei lidar, nunca soube, sou uma negação no amor. Embora, o ame. Eu amo o amor. Mas eu não sei viver com ele. Também você é incrível, e está além de próximo. É meio assustador até. Porque você chegou já dentro, sabe assim? Nem entrou, já estava aqui. Os 4 sambas só são lindos porque você existe. Na minha cabeça era só melodia, você tornou real, muito obrigada (além de ter causado inspiração, rá!). Aliás, aquela noite foi muito, muito especial. E mesmo que depois eu tenha entrado numa do afastamento, isso também foi bom. Fui pra casa quase tendo um aneurisma de tanto pensar no que eu fiz. Mas as coisas são o que têm de ser. "Foste em minha vida como o amanhecer, foste o que tinha de ser". É Vinícius isso? Acho que sim. Mas é assim. Eu quero romances, eu quero amor, eu quero tudo, eu sou um partido alto (hahahaha, que besteira). Mas de repente agora, embrionei, escondi a cabeça embaixo do casco. Mergulhei dentro. Mas te quero perto, te quero sempre. Meu Roberto de Carvalho. Mais 40 sambas, sem dúvida. O movimento é de vôo, mas vôo coletivo. Sabia que vão tirar os acentos circunflexos de vôo, enjôo? Lástima. A Língua Portuguesa chora. Voando, a gente se esbarra, e eu te prometo abraço sempre. Queria te ver antes d'eu viajar. Todos os beijos e todo amor que houver nessa vida. |
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Tens uma música nova pra nós?
És meu achado do ano tb. Acho que a gente se escreveu (se desenhou, se narrou, se musicou, se regou, se negou, se pegou, se embebedou e se chocolatizou) quase todos os dias depois que se conheceu.(clima verdadeiro de retrospectiva que vc plantou)
Que coisa que coisa. Muito rara. Minha semelhante, cadê a aventurice? Cadê o casco translúcido pra ver tudo e ao mesmo tempo proteger-se?
Momento de vida, total. Só sabe de si quem tá dentro. Tem épocas assim mesmo. Mas imprevistos sempre sempre.
Não era pra eu ter essa tristeza , mas ela tá aqui, bem nítida 29 polegadas plasma cristal líquido. Um alfinete de algodão me espetando o lado esquerdo quando te lembro. Passará. Dois pássaros que voando se esbarram.
Grava no celular a melodia do novo sucesso.
Ontem na laranjeiras foi uma fritação. um movimento reveillon. "Despedida" minha até o ano que vem. Oh...que longe...
Nosso acid está na gaveta. A praia vai ficar lá nos próximos quinhentos anos, tomara.
Te beijo, minha saída pela esquerda (esse lado de novo).
Vou dar uma sumidinha, silêncio pra sentir essa mini-tragédia e ser seu amigo (abraço prometido pra sempre) logo logo.
Te escrevo as novas, Novaes.
PS* Que carta boa segundo o google, não? Curti a água, sempre, derramando significados. Gostei da palavra anímico. Vou usar por aí.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
chica, bon
sábado, 27 de agosto de 2011
Amo
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
leave me alone
sábado, 20 de agosto de 2011
astro
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Frenesi do zzzz
Não sei como começou mas eu em criança fingia que dormia na presença das pessoas. Queria saber se me segredavam algo. Fingia que dormia na frente dos meus pais. Encostava no sofá, fechava os olhos, mas estava atenta. Não diziam nada demais, ficava aliviada e ia logo brincar com minhas miniaturas de uma família urso.
A primeira vez, acho, foi na hora do recreio, as meninas trocavam papel de carta, eu sentei perto e fingi que hibernava. Eu não sei porquê, mas é isso mesmo. Eu queria saber. Mas não frontalmente, pois entendia a cerimônia e a decência do espaço da mentira. Queria saber se me achavam bonita ou legal, mas sem o risco de corar o rosto.
Eu, que sempre fui insone, achei que parecendo que dormia, o mundo se revelava outro. Não era bem assim. Meus irmãos deviam ter códigos quando dividíamos o quarto, e as meninas no recreio não tinham nem tempo pra me incluir em citações. Mas eu não desistia. Demorava séculos pra dormir de fato, mas o fingimento já rolava há uma hora. Não era a possibilidade de flagra que me seduzia, mas sim a observação do livre-espontâneo. Eu crescia e me separava cada vez mais dele. Dormir ainda era livre.
Numa viagem de excursão para Cidade da Criança, aconteceu. Eu fingia que dormia no banco e as pessoas falaram mal de mim. Ali foi o início da atenção aos meus extremos. Os tamanhos eram muito além do possivelmente permitido. Eu que talvez já tivesse reparado, era agora então, finalmente reparada. O mais curioso é que eu continuei de olhos fechados. Blábláblábláblá Letícia aquilo isso. Ouvi. O olho deve ter tremido um pouco. Mas o que eu lembro disso é que tudo que vi foi a Grécia. Sonhar é fechar os olhos. Foi nessa hora que eu compreendi. A redoma de vidro que a gente pode construir pra ter uma vida boa. Não é optar pela ignorância, é ser capaz de fingir que dorme. Conectar nossos fios com os nossos fios. Elas falaram que eu era feia, que eu parecia um zumbi. Mas o que fica não é bem isso. Fica mais que eu me visualizei mais velha, interessante, vivida, beijando homens bonitos, sendo feliz, tendo filhos. Visualizar impressão: Eu, em 2012, conhecendo a Grécia. No mesmo instante, eu criei outra vida pra mim. E essa vida chegou, olha que coisa. Tá chegando. Salvei a visualização pra mim. Salvar como? Foi ali que nasceu a atrizinha que mora em mim.
Depois parei um pouco de fingir que dormia. Me assumi insone. E não luto contra. Levanto, escrevo, leio, raspo a perna se for o caso. Mas outro dia não resisti. Sabia que o amor me olhava, sabia que ele tinha despertado antes de mim. E tem esse peso "OAMORTEOLHA". E resolvi fingir que dormia. Ele faria alguma coisa? Pode parecer óbvio o amor, mas não é bem assim, aviso logo para os que acham que a vida fica calma com ele. Pois eu fingia que dormia e ele me deu um beijinho. Sabe um beijinho? Fingi que semi-acordava, fiz cara de bebê que resmunga. O amor tem disso: a tal volta ao livre-espontâneo. Evoé.
E foi nesse dia, talvez de lua nova (eu que sempre atribuí grandes acontecimentos pra lua cheia, me surpreendi), insone que sempre fui, consegui dormir de verdade após o fingimento. Foi o beijinho. Sabe um beijinho?