quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
que 2mil&13
astrologicamente sei que não vai ser
foda
mas não custa nada desejar
suavidade
suavidaddy
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
embrulho
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
z
é bom brincar com seus corpinhos
ver o r.e.m
especular se sonham comigo
ou com outras
me sentir no filme
um morto muito louco
tocar os corpinhos
dar tchauzinho
ver as partes relaxadas
todos dormem antes de mim
todos morrem antes de mim
todos sonham antes de mim
meu nome é depois
domingo, 16 de dezembro de 2012
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
domingo, 11 de novembro de 2012
Sadness, por Lithe Ebullience
terça-feira, 6 de novembro de 2012
su
nunca tinha levado ponto
nunca abri nada
tampouco quebrei
já me machuquei um bocado
mas nunca tinham me costurado
e logo no suvaco
meu amor
meus ferormônios
meu tesão todo
4 pontos no suvaquinho esquerdo
mais uma cicatriz pra amar
e ficar me me admirando no espelho
domingo, 7 de outubro de 2012
revelaçãoziña
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
tijuca, minha
A Tijuca não existe, e eu, portanto, invento caminhos e pessoas. Mas acreditem em mim quando eu contar isso:
Tive uma vida de oito anos de aparelho, a conseqüência é um sorriso bacana que condiz com a gargalhada. Agradeço ao Dr. Antônio e a meus pais que pagaram fortunas. Mas no fundo-no fundo, tenho dentes meio fracos, apesar de raízes enormes que quase me matam na hora de arrancar o siso.Bonitinha mas ordinária. Inclusive já tive até que tratar um canal em um dente. Terror, aflição e sangue. Passei um dia coçando a gengiva com a língua. Aquela coisa inicial gostosa. De repente, começou a doer e lá fui eu ao Nilo, dentista da família e meu conhecedor há 20 anos. Figura de sobrenome Máximo. Saí do Nilo com risadas, oralmente anestesiada, broncas por deixar de ir lá e com saudades de andar ao léu pela Tijuca bizola, amada & odiada. Esperava o amor ligar e então fui passear. Praça Saens Peña. Uma mini Copacabana, mas muito mais retrógrada e tradiça. Resolvo sentar num banco onde duas senhoras conversam. Eu sento. A senhora de óculos começa: “Que dentes bonitos você tem!” Rio da coincidência ou da falta dela e da praticidade do mundo se mostrar mundo para mim e agradeço. Ela continua: “Mas você é realmente muito bonita, minha filha”. A amiga, portuguesa por sotaque, emenda: “De fato, um moça muito elegante.” Eu agradeço de boca um pouco torta. E começamos uma conversa pra lá de antiga. Nisso, um homem com calça camuflada começa a pregar a palavra de Deus para uma praça que não lhe olha. Os homens jogam buraco e não ligam. Casais em outro bancos não param o beijo. E o homem urra: “Deus não abençoa os ladrões”. Para meu espanto, a senhora portuguesa até então mais tímida, grita: “Mas o ladrão não nasceu ladrão”. A senhora de óculos, constrangida, faz sssshhhh para amiga que acabara de se revelar anarquista. O amor liga e eu preciso ir embora. Me despeço e ouço um “Cuide bem dos seus dentes, minha filha” que me deixa arrepiada e com vontade de passar fio dental até sangrar tudo. Levanto e vejo uma garça no laguinho que sempre foi sujo e sempre alegrou descamisados no verão. Nisso, uma mulher, já senhora, mas com efeitos de plástica, coordena um fotógrafo atrapalhado: “Isso, aqui, agora assim. Vai” Ela está com um guarda-chuva mezzo brega, mezzo dispensável. Ela senta no chão, aos pés do laguinho tijucano e grita: “Pega a garça ao fundo”. As pessoas param e observam o editorial cafona. Me junto a um grupo de curiosos e tentamos adivinhar quem é ela. Mas desisto de tentar quando dizem que ela fez “Barriga de aluguel”. Minha memória vai até a esquina. E volta. Mas o melhor, o que me fez delirar foi quando uma empregada doméstica (digo isso pois ouvi sua profissão, meu julgamento é tão fora da realidade que poderia pensar qualquer coisa dela) ficou olhando atentamente a modelo sentada aos pés do chafariz, e o fotógrafo Glamour Foto Studio dizendo uma ou outra coisa sem sal. Ao ver um saco plástico compondo a foto, a empregada doméstica não pensou duas vezes: virou diretora de arte.
- Tira esse saco plástico debaixo do seu pé, minha querida.
Saco no lixo, flash liberado, foto feita e todo meu amor pela Tijuca de volta.
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
vã___peera
mas daí sonhei que era uma vampira. meus olhos eram incrivelmente vermelhos, e nem sei sei isso é característica. pra você ver, nem lembro dos dentes, dos caninos afiados, só lembro dos meus olhos serem duas poças de sangue.
me mordiam num evento, eu virava uma na hora. daí eu saía na rua e aí PESADELO CARIOCA. o bueiro onde estou pisando vai explodir, não sei como sei ou sinto, só sei que não dá tempo pra nada. o bueiro explode, e porque vejo muitos filmes, essa cena é em slow motion. não morro. mas voo no ar surrealmente. tenho certeza que vou me machucar. talvez não morra porque sou vampira. só pensei isso agora enquanto escrevo. escrever me ajuda a pensar. depois vou para a casa de uma amiga, toda decorada com azeitonas, engraçado. ela tem uma revista chamada "amor de gay" em cima da mesa.
lucas e eu brigamos para achar a casa dela por conta do gps.
essa parte não foi legal. e a culpa como sempre, foi minha. ser mulher pode ser tão chato.
queria ser vampira.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
nau
pois então era dia de iemanjá, eu me encontrava feliz, coisa rara pra agosto. me percebi mais reclamona do que triste nos últimos meses. tristeza é um troço profundo e quase doente, e se meu nome me foi concedido é preciso fazer justiça a ele. vamos lá, tudo bem, vamos lá, tudo bem. quantas vezes eu precisar escrever e cantar isso.
senti que queria agradecer, não pedir. já vi muita gente no centro espírita do meu pai pedir coisas. já vi um senhor, quase mendigo, agarrando com toda força dos seus dedos um bilhete de loteria. eu também jogo, mas não agarro. tem que ter humor. ele levava aquilo a sério. eu só queria agradecer. na casa dos arquétipos. na casa que frequento desde criança e costumava rir ao ver meu pai encorporado. imagina. meu pai, que trabalha no banco do brasil e fumava parliament e ouvia barry white ou raça negra aos domingos, meu pai, um metro e noventa e seis, falando que nem um velho (na sessão de pretos velhos) ou que nem criança (na sessão de cosme & damião). era hilário e se meu olho cruzasse com meus irmãos, quá quá quá.
mas eu ia, sempre ia. não obrigada. minha mãe perguntava "quer ir?". eu sempre disse sim, estranho.
as primeira vezes me perdia na parede, nas imagens, na janela que dá para uma rua em são cristóvão. batia palma, cantava os pontos bonitos. mas me perdia também. fui crescendo e comecei a entender o poder da concentração. me esforço nela. sou franga ainda. sou facilmente distraída. minha mãe é buda. medita há 30 anos. eu tenho 30 anos. minha mãe medita desde minha existência. ela tentou me levar. não consegui. meu corpo é grande, meu coração é enorme. me exalto. me exaspero. o centro entende mais meus metros. posso bater palma, posso esticar a perna. vez ou outra me chamam no meio. eu danço com quem me chama. me arrepio quase sempre. não recebi nenhum chamado. não sei se quero. oscilo muito. meu pai recebe desde os 17. já tive uma experiência forte, depois conto se não o texto não vai caber nem na minha cabeça.
pois então era dia de iemanjá. soube em 2007 que era filha dela. com xangô. protegida por oxalá. frisaram. sempre me senti protegida. tenho vida noturna. não morei na zona sul. sempre tive que voltar. além túnel. dirigindo. taxi. loucona. ou não. nunca aconteceu nada de ruim. pepinos mil. galhos mil. ruim? não. sou filha dela. dele. protegida por oxalá.
opa.
fiz um espetáculo chamado "nau" com pessoas que amo além túnel, além vida. lucas, marcio, bruna, andré. fizemos porque mergulhamos. porque sabemos o que é abrir o olho embaixo d'água e ver uma parte do corpo da prima, do primo. fizemos porque nos lambemos depois da praia, sal sal sal sal sal sal. fizemos porque somos grandes e sabemos da enormidade que é o oceano. foi muito importante ter feito isso. foram 3 dias. senti saudade até de ser atriz, quem diria. tive uns sonhos tesudíssimos. sempre, sempre, SEMPRE sonhei com água. quase todo dia da vida sonho com água. foi meu primeiro assunto com lucas. o fato d'eu sonhar com água. ele disse que tinha a ver com sexo. que tenha.
a "nau" me sacudiu forte. com todos os sentidos. fui puro sentido, aliás.
minha vênus em aquário faz isso comigo, que bom, que ufa gostoso.
no centro, no dia da festa de iemanjá, sentei ao lado da minha mãe. minha vó e meu irmão na frente.
festa bonita, senhorinhas lindas, homens bonitos, inclusive meu pai.
é engraçado perceber a hora que um ponto começa e meu pai já dá uma balançada. e eu penso: "é agora, ele vai receber".
meu pai, 1.96m, moreno, já quase careca, mas ainda com bigode, meio gordo, meio árabe, mas na real é filho de nordestino, meio estrábico, olho verde musgo, começa a sentir uma coisa intensa, bate palma diferente, fecha os olhos, e se encaminha ao altar, ele agradece e vai cumprimentando todos os outros médiuns. chega na beira e olha para a gente, o público. ele está recebendo uma entidade feminina, e é a coisa mais linda do mundo aquele homem pelo qual eu nasci, eu-porra, dentro do saco dele, entrando dentro da minha mãe, meu pai, lindo, LINDO, recebendo uma entidade feminina, nossa. choro. choro baldes. rios. choro mares.
conforme os pontos (as músicas) vou vendo a filiação de cada um. depois cantam músicas de oxum, mamãe pisciana chora de um jeito lindo e contido e francês, é filha de oxum, claro, confirmo depois. minha vó só se anima e fica grande no gestual com ponto de iansã, filha dela, claro. há muito tempo, quando minha vida era outra, o caboclo do meu pai costumava me chamar ao centro. dizia coisas. hoje não. não disse nada. fiquei esperando. chamaram meu irmão. dançaram com ele. meu pai, quer dizer, a entidade que meu pai recebe, chamou meu irmão, várias vezes. eu fiquei esperando. mas não, nada. hoje não. hoje nada.
depois pensei: eu estou bem, eu estou feliz. isso não precisa de alarde. meu irmão precisa de mais carinho e cuidados, levem-no, isso, vamos cuidar do bernardo.
mais lágrimas. mais choro. sessão com pontos de entidades femininas é assim mesmo.
acabou. abracei meu pai e disse "foi lindo", meu pai meio duro, meio de volta, meio sem jeito, meio ascendente em virgem que ele tanto negou só diz: "né"
volto pra casa com outra rosa branca, a primeira me foi dada na noite na "nau".
peço mar aberto pra marcio, bruna, andre, lucas, fabinho, thomas, e todos os outros que nos ajudaram pra que isso existisse, pra que isso pudesse ser mostrado, pra que nossa petulância resultasse em algo.
na rua de são cristóvão, noite quente, procuro a lua no céu, e encontro um fiapo.
dizem que a lua cheia é a mais intensa. questiono.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
vaiq
de resto, vez ou outra um raio, iluminando o susto que tem que ser iluminado.
tem gente que precisa apagar mensagem pra caber outras. eu não. pode vir. tudo.
quarta-feira, 8 de agosto de 2012
say my name, say my name
quarta-feira, 1 de agosto de 2012
quarta-feira, 25 de julho de 2012
bicho do mato
é porque tem carne no assunto
tem tempo isso
essa carne
mas foi só outro dia que virou assunto
segunda-feira, 9 de julho de 2012
minha caroça
não tenho cílios pra tanto donzelismos
tampouco a curvatura da maldade na sobrancelha
tenho a cara boa
embora haja muito faro
pra pouco queixo
tenho a cara boa
só não me enganam
porque tenho a cabeça ruim
sexta-feira, 6 de julho de 2012
rarara
segunda-feira, 2 de julho de 2012
sobre Z
sábado, 30 de junho de 2012
glub
a letícia vai olhar pra mim agora.
sábado, 23 de junho de 2012
olé
domingo, 17 de junho de 2012
ó,ó
eu prefiro escrever SUVACO, mas o "correto" é sovaco.
e o título da matéria foi dado por eles.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
!oY
sexta-feira, 25 de maio de 2012
explanando
terça-feira, 8 de maio de 2012
cromolerg
Oh Hilda, mil e uma noites de amor com você
Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida avidez, vasta ventura.
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua prôpria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
país baixo
sábado, 7 de abril de 2012
quarta-feira, 21 de março de 2012
Feim
então
domingo, 18 de março de 2012
0
sábado, 4 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
meu texto sobre tempo livre pro ornitorrinco
Com 10 anos, na festa de reveillon na casa dos meus pais, tive uma epifania absoluta. Fugi da festa e me tranquei no quarto aos prantos, pensando: "TODO MUNDO VAI MORRER". Ainda não tinha batido essa real. Uma prima apareceu, me confortou um tiquinho, e até consegui entrar na piscina duas da manhã, de vestido branco, achando aquilo uma grande anarquia. Enquanto nadava, já sorrindo e parecendo ter 10 anos de volta, pensava: "TODO MUNDO VAI MORRER".
Isso, pra dizer que no tempo livre que a vida me oferece, que é ele todo, pois mesmo trabalhando ou na fila de um banco, sinto liberdade no ato, penso muito na morte. Não tenho tendência suicida e não faço uso de remédio algum para poder/conseguir sobreviver. Mas sim, penso muito, MUITO na morte. Em como as pessoas que gosto vão morrer, quando, de que maneira, e eu mesma, claro. O elevador demora, eu penso numa morte nele. Um ônibus passa voando, e se ele levasse a senhorinha que anda na calçada? O corpo dela, a vida dela. Visualizo. Eu no carro. Eu dormindo. Dentro do meu cérebro. O telefone tocando. Dessa vez sua vó se foi. Ou foi fulana, minha amiga mais nova? Eu tropeçando, eu descobrindo ser podre por dentro. Avião caindo, pequenos acidentes, só que com o azar de serem mortais. Sempre, sempre. Não me consome. Não sofro com isso. Não dura muito. Minha vida é desregrada de horários. Acaba um show, posso chegar em casa e peidar ou posso ter audácia contra o cansaço e pegar o violão e tentar compor. E isso ainda é tempo livre. Também, também. Mas não há um dia da minha vida que não pense na morte. E soube por amigo querido que sofre do mesmo mal, que os xamãs pensam na própria morte de diferentes maneiras todo dia da vida. E que essa consciência e visualização traz força. O delírio nos sobrepõe, a gente voa, brinca de viver e é claro que amanhã a gente acorda e faz tudo isso de novo. Já estive lá, mas agora quis assumir essa ideia fixa com a morte e sabem as deusas se isso me trará a tal força xamânica ou não.
Fora isso, continuo devorando bertalha com ovo, fazendo mais de 2 shows por semana, entregando à pele protegida ao sol, observando muito meu corpo e do homem que se propõe ficar nu pra mim. Tenho lido bastante, gente louca, gente viva, poesia, devaneio, bastante coisa. Tenho feito muitos planos, sem grande ansiedade, conhecido um pessoal bacana, e não "bacana" dos anos 80, onde isso significava riqueza, meu bacana é de riqueza fonética, labial, gostosura mental, abraço nem tão apertado que incomoda, nem tão frouxo que sugestiona. Tá tudo bem, tudo agitado e calmo, olho do furacão, olho de um bebê que nasceu, e ainda assim, a morte sempre aqui do lado, presença que exclama: OPA.
Eu, devota da vida, abaixo a cabeça cerimoniosamente quando sei que ela está por perto. Medo algum, apenas curiosidade e respeito. E infinitas mil possibilidades. De permanência e de liquidação.
Enquanto isso.